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A história do primeiro Trem Unidade Elétrico do Brasil que foi “preservado”

 
Trem Unidade-Elétrico Metropolitan Vickers Série 100 da Central do Brasil, na Estação Engenho de Dentro, nos anos 40 (Foto: Coleção Thomas Corrêa) 


A história dos trens elétricos de subúrbio começou no Brasil no dia 10 de Julho de 1937, quando Getúlio Vargas inaugurava a eletrificação do sistema de trens de subúrbios da Estrada de Ferro Central do Brasil na cidade do Rio de Janeiro, entre as estações Dom Pedro II e Madureira. Foi um grande feito para a época, e uma solução para o crescimento populacional pelo qual passava a então “capital federal” nos anos 30.

Os primeiros Trens Unidade-elétricos a rodarem no Brasil eram ingleses, de fabricação Metropolitan Vickers Electrical Export Company Limited. Conhecidos como “Série 100”, foram os primeiros representantes elétricos do “transporte de massa” sobre trilhos. Tiveram um papel importante no sistema de trens de subúrbio da EFCB no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

O “Série 100” foi figura conhecida no cotidiano dos usuários dos trens de subúrbio carioca por mais de 40 anos. Anos após a sua “estréia” em 1937, vieram outros modelos parecidos (Série 200, 400, etc), inclusive alguns fabricados aqui mesmo no Brasil.

Quando falamos em preservação ferroviária no Brasil, logo nos lembramos de locomotiva a vapor e carros de madeira. A preservação de trens de aço, elétricos ou diesel ainda engatinha. É algo que ainda precisa esperar um bom tempo para se consolidar (como foi com as locomotivas a vapor).


Em 1987 tivemos a iniciativa de preservação do modelo do primeiro Trem-Unidade Elétrico que rodou no Brasil, por ocasião dos 50 anos da eletrificação da E. F. Central do Brasil (1937-1987).

Uma composição de três carros do Metropolitan Vickers Série 100 foi inteiramente restaurada nas oficinas de Deodoro, seguindo o aspecto original interno e externo de como ele era em 1937. Recebeu a pintura original (creme em cima, azul embaixo, e inscrição “Central” em bronze acima da porta do centro do carro). Foi a primeira (e única) iniciativa de se preservar um exemplar de trem de subúrbio que infelizmente não se manteve.

A composição rodou apenas uma vez, num evento dos 50 anos da eletrificação, depois nunca mais encostou seus pantógrafos na rede aérea de novo. Ele ficou por longos anos nas oficinas do Engenho de Dentro. Não sofreu vandalismos, mas sofreu a “ação do tempo”, que costuma ser cruel com trens de aço carbono e seus componentes elétricos.

Hoje o “ER1001” está numa linha de uma das plataformas da Estação Barão de Mauá da E. F. Leopoldina enferrujado com aspecto de abandono, junto com outros equipamentos “históricos” que foram tirados do Engenho de Dentro devido à construção do estádio.

Será que ele receberá uma “terceira chance”?

Composição do Série 100 restaurada em 1987, hoje abandonada na estação Barão de Mauá (Rio de Janeiro) - Foto: Eliezer Poubel Magliano.

http://brazilrailway.blogspot.com.br

2 Responses so far.

  1. hoje consto que foram retirados todos de lá...inclusive os trilhos...que tritesa!

  2. hoje consto que foram retirados todos de lá...inclusive os trilhos...que tritesa!

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